Hoje volto a falar da Myrsa, a minha "menina" já anteriormente apresentada, relembrando algumas das suas características especiais. Esta bichana, que me foi oferecida quando ainda não tinha 2 meses de vida, para além das características de que falei mais atrás (ver página de 23 de Julho e 2 de Agosto) tinha uma outra que se aproximará das apresentadas pelos cães mas de gatos nunca ouvi falar ou vi nada parecido: sempre que me ouvia chorar vinha ter comigo, ronronava de forma bem audível e esfregava a cabeça em mim até conseguir atrair a minha atenção e parar de chorar. Isto não aconteceu apenas uma vez, foram algumas vezes (passámos 14 anos juntas) e, quando acontecia rir-me à gargalhada a ponto de quase chorar a rir, ai vinha ela a correr para fazer festinhas à "mamã" porque de certo pensaria que eu estava triste e a precisar de festinhas.
Outra coisa interessante para gato era saber a que horas o "papá" devia chegar do trabalho e pouco antes pedia-me com miados estridentes para abrir a porta de casa, descendo do 3º andar até ao rés do chão para esperar por ele. Isto era diário, reconhecia o barulho do carro mesmo estando no 3º andar e não havia quem a calasse enquanto a porta não era aberta. Se por acaso me atrasava e ela ouvia a porta do edifício a abrir, aí ia ela em alta algazarra (leia-se "miadeira"), numa correria escadas a baixo para ir buscar o "papá". Era um ritual que terminava sempre com uma frase ternurenta do tipo "à minha doidona, anda Myrsocas, vamos para cima" e que era acompanhada de pequenos toques no seu traseiro ou então vinha empoleirada no ombro dele...
São momentos inesquecíveis e mesmo hoje, apesar da saudade, relembro esta grande "amiga" com um sorriso nos lábios